segunda-feira, 15 de junho de 2009

Receita de Viver

Uma boa gargalhada, a sós, no momento de se erguer da cama.
Quanta bobagem tenho feito neste mundo! A serenidade imperturbável conduz ao fanatismo e este dá câncer.
Nunca ferir uma mulher a ponto de fazer-se odiado por ela.
Estar sempre em condições morais de perder tudo e começar tudo outra vez.
Amar apenas uma mulher de cada vez.
Dizer sempre a verdade, seja qual for e doa a quem doer.
Conhecer um por um os nossos defeitos curar-se dos que não são naturais e cultivar aqueles que mais nos agradam.
Evitar o máximo paletó e a gravata.
Os chatos que falam no ouvido.
As mulheres que resolvem tudo por telefone.
Os bêbados que mudam de personalidade quando lúcidos.
Os vizinhos prestativos.
E todo papo do qual participem mais de três pessoas.
Longa caminhada solitária pelo menos uma vez por semana.
Não discutir preço – é melhor ir embora sem comprar.
Não guardar ódio a ninguém.
Dormir 08 horas e acordando, continuar na cama enquanto puder.
Recusar-se a beber uísque que não seja escocês legítimo, preferindo a cachaça como alternativa.
Ser condescendente com o comportamento sexual dos outros.
Tentar compreender cada pessoa, evitando julgá-la.
Saber exatamente o momento de deixar os amigos a sós.
Treinar como quem faz ginástica, para ser sinceramente modesto.

Viver tão intensamente que possa dizer a morte, quando vier já veio tarde.

Fonte: O homem na varanda do Antonio’s – Crônicas da boemia carioca nos agitados anos 60 e 70.

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As mudanças são necessárias, claro, mas não se pode deixar de sentir um pouco de nostalgia - Afinal, ela é parte de nossa história. Sem essas lembranças é como se não existisse passado...

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